Calendario 29 / Maio / 2012 Cantidad de comentario 1 Comentario
Entrevista a José Rabaça Gaspar, autor da Bubok

1. Quem é o autor José Rabaça Gaspar?

Sou EU. Provavelmente com mais de 1001 deNÓMIOS. Como digo na obra, p. 384, é um neologismo inventado, um NOME (outro nome da mesma pessoa), anjo ou demónio, musa inspiradora, que escreve através do autor, cada livro ou cada um dos poemas do autor.
É uma pergunta difícil. A resposta daria para um tratado. O «conhece-te a ti mesmo» de Sócrates, que não deixou nada escrito – é um desafio quase inatíngível…

2.Desde quando é que se dedica à escrita?

Creio que desde sempre. Desde que me lembro de ter aprendido a escrever. A quantidade de arcas, ficheiros e malas cheias de cadernos e notas para “um dia as reescrever”… não sei quantas são.

“[sobre o livro] talvez não se trate simplesmente “de uma investigação (sua) sobre a identidade cultural das gentes de Beja”, mas de algo mais abrangente a precisar de um estudo mais apurado”

3. O livro “Lendas de Beja – O Touro e a Cobra e outras LENDAS” é fruto de uma investigação sua sobre a identidade cultural das gentes de Beja. O que o levou a escrevê-lo?

Esta Lenda talvez não tenha sido fruto de uma investigação programada e procurada. Nasceu da proposta que fazia aos alunos, quando me diziam que não gostavam dos textos que vinham nos manuais… – Então, tragam-me as vossas “estórias”, contadas pelos vossos pais e avós… um dia, uma aluna esboçou o fio de uma lenda que toda a gente sabia, mas ninguém contava, ou lhe dava qualquer importância! Assim, talvez não se trate simplesmente “de uma investigação (sua) sobre a identidade cultural das gentes de Beja”, mas de algo mais abrangente a precisar de um estudo mais apurado a envolver especialistas de várias áreas do saber, coisa que não é muito levada a sério em Portugal, apesar dos apelos de muitos Mestres, como José Leite de Vasconcellos, que considera este estudo como base para um enraizado desenvolvimento…

“às vezes fico comovido e desconfiado… Fui eu mesmo que escrevi isto?”

4. Porque é que os leitores devem ler este livro?

Confesso siceramente que não sei se há leitores interessados! Fica aí a aposta, o desafio, meu e dos muitos ‘narradores’ deste livro aos possíveis leitores, para uma “Reflexão Crítica”, ou seja, para uma ‘leitura’ atenta dos Volares Culturais Tradicionais que definem a Identidade de um Povo, a fim de conseguirmos uma tomada de Consciência, que nos possa permitir uma intervenção cívica, válida, na sociedade em que vivemos.

“fica o desafio, (…) aos possíveis leitores, para uma “Reflexão Crítica”, ou seja, para uma ‘leitura’ atenta dos Volares Culturais Tradicionais que definem a Identidade de um Povo”

5. Tem algum ritual para escrever?

Não tenho. Por vezes tenho que me levantar de noite e rabiscar qualquer coisa em qualquer lado para que as ideias não se percam e esfumem com o despertar… outras vezes no meio da rua ou no café, tenho de escrever em qualquer papel,… até nas embalagens dos maços dos cigarros que são as minhas fichas mais numerosas…. Servem sim, para depois, em silêncio, na minha “Gruta de Alfátima ou Canto do Sol”, quase sempre em intermináveis serões, ir apanhando grão a grão e deixar que aconteça a criação… a poesia.

“por vezes tenho que me levantar de noite e rabiscar qualquer coisa em qualquer lado para que as ideias não se percam e esfumem com o despertar”

6. O que tem feito para promover o livro?

Creio que tenho feito um pouco como o autor de “O Principezinho”, Antoine de Saint-Exupéry. Tentou desenhar uma imagem que muito o impressionara “uma jibóia a engolir uma fera (…). Mostrei a minha obra-prima às pessoas crescidas e perguntei-lhes se o meu desenho lhes metia medo. E elas responderam-me: ‘Porque é que um chapéu havia de meter medo?’ ”Mas aquilo, o meu desenho, ‘obra-prima’ era uma jibóia a hibernar digerindo um enorme elefante!!!”
Para promover o livro, tenho mostrado timidamente a algumas pessoas, até alguma divulgação na internet, mas sempre com o medo que tenha de aprender a “pilotar aviões” ou “me mandem cavar batatas…”!

7. Tem algum conselho para quem está a escrever o seu primeiro livro?

Creio que não consigo dar conselhos, porque também, normalmente, não sigo aqueles que me dão… Há que evitar o desperdício e a poluição! Conversar, sim. Sempre que posso tento ouvir o que os outros me dizem e tento VER se também estão atentos para ouvir! Ou OUVER!

“Sempre que posso tento ouvir o que os outros me dizem e tento VER se também estão atentos para ouvir”

8. Como é que conheceu a Bubok? Porque é que decidiu publicar connosco?

Creio que, desde há anos, andava à procura da BUBOK. Uma editora acessível e, sobretudo, que evitasse o desperdício das ‘obras-primas’ que todos temos e em que se arriscam centenas ou milhares de exemplares como ouvimos dos grandes “escritores” e ficam em armazém. Em 2003 descobri uma na Argentina, com quem trabalhei uns três anos e publiquei uma dezena de títulos.

Para uma segunda edição do livro “Gritos na Solidão – Décimas de Inocêncio de Brito”, um amigo telefonou-me a dizer que não era preciso virem de tão longe e deu-me o contacto da Bubok.

Como prefiro o meu retiro, há uma outra sedução que me fascina. É ir comunicando escondido atrás da escrita e dos vários deNÓMIOS e então, passo eu, com outro deNÓMIO, a ser o leitor do que eu próprio escrevo sem necessidade de incomodar as pessoas que têm as suas vidas e as suas pesadas e importantes ocupações. Às vezes fico comovido e desconfiado… Fui eu mesmo que escrevi isto? A edição das Lendas, está disponível em eBook e em papel aqui!

 

Um comentário para “Entrevista a José Rabaça Gaspar, autor da Bubok”
  1. Lançamento do livro “Lendas de Beja – O Touro a Cobra e outras LENDAS” | Blog da Bubok – Publique gratuitamente o seu livro com a Bubok

    […] Podem ler um pouco mais acerca do autor e do livro, na entrevista publicada no nosso blog, em https://www.bubok.pt/blog/entrevista-a-jose-rabaca-gaspar-autor-da-bubok/. […]

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