caralmeida

A morte nada é.
Eu apenas estou do outro lado
Eu sou eu, tu és tu.
Aquilo que éramos um para o outro
Continuamos a ser.
Chama-me como sempre me chamaste.
Fala-me como sempre me falaste.
Não mudes o tom da tua voz,
Nem faças um ar solene ou triste.
Continua a rir daquilo que juntos nos fazia rir.
Brinca, sorri, pensa em mim,
Reza por mim.
Que o meu nome seja pronunciado em casa
Como sempre foi;
Sem qualquer ênfase,
Sem qualquer sombra.
A vida significa o que sempre significou.
Ela é aquilo que sempre foi.
O ˜fio™ não foi cortado.
Porque é que eu, estando longe do teu olhar,
Estaria longe do teu pensamento
Espero-te, não estou muito longe,
Somente do outro lado do caminho.
Como vês, tudo está bem.

Henry Scott Holland

"Os Senhores da Vida e da Morte", obra densa e intensa e apresentada em forma de mosaico de vidas, lança uma série de questões: Mas afinal onde começa a vida e onde acaba E onde a nasce a morte Afinal será este corpo o todo da vida ou seremos muito mais do que a sua simples existência E onde começam a fronteiras mais verdadeiras do nosso pensamento A moral, a religião, a ética, o direito à morte, o direito à vida, a eutanásia… Será que a eutanásia se resume Ãs leis escritas ou também se rege pela lei mais frontal de todas, a da consciência E onde termina o domínio da religião para explicar o sofrimento E o medo de perdermos alguém poderá provocar-nos o medo de viver Até onde os medos nos podem condicionar a vida

E, lembra, também: É sempre cedo demais para se morrer, mas nunca é tarde demais para se começar a viver.