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Poderia a prostituta aidética e alcoólatra, depois de sepultada, ser festejada e venerada como santa?

A narrativa dessa obra é centralizada basicamente na vida de Maria, morena bonita que ao perder a virgindade, ainda adolescente, foi expulsa de casa pelo pai. Então, parte para a cidade, onde é acolhida por um bando de meninos de rua e logo aprende como é viver cerceada pelas condições sociais hostis. Nove meses depois, ela dá à luz uma criança que a obriga doá-la.

Saindo das ruas, vai morar num bordel decadente na periferia da cidade, sendo depois levada para um cabaré de luxo da capital. Volta para o interior e morre no mesmo bordel onde tudo começou.

Naquele dia o funeral de Maria foi acanhado, sem ostentação. Apenas algumas garrafas de cachaça esvaziadas por uma dezena de vagabundos; uma discussão com o padre na igreja, e só. Algumas semanas depois de seu sepultamento, fez-se uma festa ao redor do túmulo. Até romaria de prostitutas visitavam aquela cova; depositavam flores e faziam as mais estranhas promessas. Eram bilhetes pregados na cruz com pedidos bizarros e urinavam na cova na esperança de serem curadas de alguma doença venérea. Ao fim da tarde cova achava-se toda aguada.

O coveiro já havia comentado com a sua mulher o que estava acontecendo no cemitério. O seu medo não era dos mortos, mas do fanatismo que invadia o seu local de trabalho. Os vivos o preocupava. Ele não se conformava ao chegar pela manhã e ver aqueles desvairados ajoelhados diante de uma cova que guardava só carne apodrecendo. Nada naquele túmulo poderia fazer alguma coisa para mudar a vida de alguém.

Esse romance contemporâneo narra a história de Maria, personagem principal do livro. As experiências de vida de uma prostituta, contadas nessa narrativa literária, tem seu início na cidade de Itaíba, estado de Pernambuco, nordeste do Brasil. A história cativante passa por diversos temas, como carência afetiva, pobreza, luta e fé, com uma envolvente trama e um final surpreendente.