Rogério Ferreira Dias

Nasci numa aldeia da Beira Baixa, Sobral de Casegas no Concelho da Covilhã, depois passou a chamar-se, por vontade do povo, Sobral de S. Miguel.

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Há uns anos atrás, tinha eu um pouco mais de trinta anos, apaixonei-me pelas palavras e aprendi a falar com elas. Às vezes são extremamente simpáticas e atraentes, ou bonitas e alegres, ou feias e tristes... e outras vezes são exageradamente duras, brutas ou violentas. Mas eu gosto muito de falar com elas. E elas não têm razão de queixa contra mim, brinco com elas e faço tudo o que me pedem: dou-lhes água dou-lhes vinho, dou-lhes pão dou-lhes azeite, dou-lhes beijos e ?s vezes escrevo-lhes para não se esquecerem de mim.

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Tenho uma predilecção por alguns temas que vivem permanentemente dentro de mim: o corpo, a mulher, a criança, a dor, a fome, a miséria, o ser... a vida. Sou um humanista e ?s vezes dou comigo a falar de mim com sendo o homem mais tolerante do mundo...

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Rogério Ferreira Dias

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