João Richau

João Richau nasceu na Vila do Cano, Alto Alentejo, em 1961. Filho e neto de trabalhadores. Fez os seus estudos primários nessa vila, tendo prosseguido no então Ciclo Preparatório e no Curso Geral dos Liceus, em Avis. Os estudos do ensino secundário foram realizados em Estremoz, na área da Quimicotecnia. Rumou a Lisboa em 1981 para estudar biologia na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, tendo concluído a licenciatura em 1986, com 16 valores.

Durante 10 anos, entre os 13 e os 23 anos, trabalhou sempre nas férias de verão e, em certos anos, também nas férias de Natal e de Páscoa. Durante esses penosos anos, acompanhava voluntariamente o seu pai nos trabalhos de construção civil, à moda antiga. Com rigor e muito trabalho manual. Percorreu também o circuito, normal para os estudantes da época, da apanha da azeitona, da colheita do tomate e do grão-de-bico, este último, levado a cabo de madrugada. Desta fase da sua vida, o trabalho mais relevante que recorda foi o da recuperação da secular torre do edifício da Junta de Freguesia de Cano, que se encontrava já muita degradada.

Deu as suas primeiras aulas, de biologia e geologia, no estágio pedagógico, em 1985, no Liceu Maria Amália, em Lisboa. Passou depois pelo Liceu Camões, pelo Colégio Moderno, pela EPA, pela Escola Secundária de Santo António dos Cavaleiros e pela Escola Secundária de Loures-1. Foi bolseiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia - FCT e investigador de mestrado e de doutoramento no IST - Instituto Superior Técnico, em Lisboa, entre 1992 e 2002, tendo publicado nesse período diversos artigos em revistas internacionais da especialidade, em revistas nacionais e em livros de atas de congressos. Concluiu o Mestrado em Biotecnologia (Engenharia Bioquímica) em 1995, IST, Lisboa, com Muito Bom e o Doutoramento em 2002, IST. Desde abril de 1991 a outubro de 2017 foi professor na Universidade Lusófona de Lisboa. Desde outubro de 2017 que é o Chefe do Gabinete de Apoio à Presidência da Câmara Municipal de Sousel.

João Richau foi autarca no Alentejo, em Assembleias Municipal e de Freguesia, eleito em listas partidárias e numa lista de independentes, durante três mandatos e, mais recentemente (mandados 2017-2021 e 2021-2025) voltou a ser eleito para a Assembleia Municipal de Sousel.

Foi empresário individual e sócio-gerente de uma empresa na área da informática. Foi, ainda, formador, em diversas cidades do país, na área da saúde, higiene e segurança do trabalho.

No domínio da literatura, tem como principais referências internacionais Thomas Mann, Franz Kafka e Gabriel Garcia Márquez. Os autores portugueses que mais aprecia são Eça de Queiroz, Camilo Castelo Branco, José Saramago, José Rodrigues Miguéis e, mais recentemente, Afonso Cruz e Sandro William Junqueira. Outras referências, no estilo narrativo e no romance histórico, para ele muito relevantes nos últimos anos, são Steven Saylor, Christian Jacq e Wilbur Smith. No domínio da poesia, nutre admiração pela vida e obra de Camões, Bocage e Florbela Espanca.

Os vultos que mais aprecia na história das ciências da vida são Gregor Mendel, Charles Darwin, Alois Alzheimer, Thomas Morgan, James Watson e Stanley Prusiner. Em Portugal, admira muitos biocientistas contemporâneos, mas não é oportuno nomeá-los.

Recentemente abarcou o mundo da escrita de ficção, tendo já publicado quatro romances, A Fundação, Chiado Editora, 2012, Camaleão... ou talvez não, Bubok, 2012, A cooperativa sem fins lucrativos, Bubok, 2013 e O Vidente, Bubok, 2015, e um livro de contos, As águas do Rio Arcano (continuação de "A Fundação"); cinco livros monográficos: Contributos para uma monografia sobre a Vila do Cano, Bubok, 2012 e Sousel: memórias do Concelho - das suas gentes, vilas, aldeias e campos - Volume 1, Bubok, 2015; Volume 2, Bubok, 2019 e Volume 3, Bubok, 2022; 155 Autores de Conteúdos Escritos Associados ao Concelho de Sousel - Cinco Séculos de Escritas, Bubok, 2023 e Os Combatentes do Concelho de Sousel na Primeira Guerra Mundial, Bubok, 2024. Já em 2024, publicou também na Bubok: 178 Notas Críticas do Dr. António Garção - de ensaio, biografia, romance e poesia e Casa Branca: Notas históricas concisas.

A experiência emocional mais marcante da sua vida foi a paternidade, aos 25 anos e o episódio mais traumatizante foi a morte do pai, aos 30 anos. Os maiores motivos de esperança foram o 25 de Abril de 1974 e a queda do muro de Berlim, em 1989. A situação mais angustiante é a atual cena política, social, económica e financeira da Europa e do mundo ocidental, a caminho do precipício, agora agravada pela loucura da guerra. A angústia de longo prazo deve-se à insustentabilidade ecológica do presente modo de vida humano.

 

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