Robert Manners Moura, filho de pai Português e de mãe Sul-Africana, de origem Anglo-Germânica, cresceu no Alto Douro: mais precisamente, na Régua e na vizinha Bagaúste. Depois do ensino primário, regressou a Moçambique, para, qual Galaaz, reconciliar dois adultos, desavindos. Quando voltou, em 1956, a família, a Régua, Bagaúste, enfim, o Alto Douro tinham mudado.
Foi um choque!
Por isto, começou, muito novo, a observar, a tomar notas, a reunir bibliografia.
Porém, estruturar-se por dentro leva uma vida!
Assim, na Tapada da Ajuda, em Lisboa, iniciou-se em Agronomia, curso com uma influência seminal na sua vida. Derivou, depois, para a Arquitectura Paisagista, no qual se licenciou, no corolário das suas preocupações estéticas, naturalistas e holísticas. Teve uma carreira no âmbito da conservação da natureza, no Serviço Nacional de Parques, Reservas e Património Paisagístico, agora Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, onde «lançou» no terreno várias áreas protegidas, como a Arrábida, Montesinho e o Alvão. Após o seu mestrado e o seu doutoramento, foi docente universitário na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, publicando vários livros académicos. Só depois de jubilado, em 2008, foi possível rematar "Douro e Duríades", ficção ou semificção, feita de memórias, de imaginação e de alguns delírios.
Contudo, este «parto» tardio talvez se fique a dever, igualmente, a outros factores: não só ? complexidade do tema, aos meandros tortuosos das disponibilidades e indisponibilidades do mecenato e da publicação tradicional em tempo de crise económica mas também ao seu gosto pela reclusão, mais disposto a escrever ficções e semificções para si e um círculo apertado de amigos e familiares.