Calendario 22 / Novembro / 2011 Cantidad de comentario Sem comentários
Entrevista a Jorge Dantas, autor da Bubok

Quem é o autor Jorge Dantas?

Resumidamente: Nasci no Porto há 26 anos atrás contudo vivo em Sintra há quase 20, o que não só me arruinou o sotaque de galã (e o vocabulário rebuscado) como ainda por cima me deixou a falar “à Linha”. Arruinado o meu futuro como locutor, fui por algum tempo candidato a engenheiro, atleta, surfista, manequim, treinador de natação e pólo-aquático, porém hoje em dia sou praticamente médico e um orgulhoso autor da Bubok pronto a impingir os meus livros a quem se atravessar no meu caminho.

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Quando começou a escrever? Qual foi a sua evolução como escritor até agora?

Quando tinha 6 ou 7 anos, e comecei a conseguir ler livros sozinho, fiquei fascinado por várias colecções de aventuras e gostava de as recriar com as minhas próprias personagens. Após a adolescência em que os meus interesses se transferiram para algo bem mais apelativo (e perfumado) comecei a escrever regularmente para divertir os amigos durante aulas mais problemáticas e até para impressionar as senhoras. Dentro deste espírito descontraído algum tempo depois criei um blogue onde foram inicialmente publicados muitos dos contos que hoje podem ser lidos na Bubok.

“sou […] um orgulhoso autor da Bubok pronto a impingir os meus livros a quem se atravessar no meu caminho”

Sobre o livro “o crime do dia que nasceu roxo”, sabemos que é o primeiro de uma colecção de dois. O que o levou a escrevê-lo?

Durante os últimos 10 anos desenvolvi uma relação muito íntima com os comboios da linha de Sintra. Numa das viagens, que faço diariamente para Lisboa, reparei que o nascer do sol iluminava tudo em tons de roxo. Partindo da ideia de que aquela luminosidade se podia tornar assustadora, ou pelo menos misteriosa, tentei criar um conjunto de personagens divertidas e construir uma história que confundisse o leitor ao mesmo que o levava a procurar um significado para o que é descrito.

Como me diverti imenso a escrever a história e esta teve algum sucesso junto dos meus leitores, resolvi aproveitar o que já tinha e escrever uma nova aventura para as minhas personagens. De momento estou a preparar uma terceira aventura, mas penso que a colecção só ficará completa com uma quarta.

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Esta é uma aventura de Hipólito Madeira, relatada pelo seu assistente Xavier PortoSanto. De onde surgiram estas personagens?

Estas aventuras e o tom em que estão escritas têm muito de disparatado, ou se quisermos de um humor non-sense. Para isso precisava de um narrador dotado de uma grande inocência e que fosse capaz de enfrentar as situações com grande seriedade, por mais inverosímeis ou idiotas que sejam os acontecimentos que se lhe deparam. Foi esta premissa que ditou o “nascimento” do Xavier Porto Santo, e, de certa forma, por oposição, do seu mestre Hipólito Madeira, muito mais seguro, sábio e ponderado.
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Parece-me que é mais fácil o leitor identificar-se com alguém como o Xavier, que a maior parte do tempo está a tentar sobreviver a uma data de coisas que não sabe o que são, nem como se resolvem, do que com um “ser” iluminado e perfeito como Hipólito Madeira, por muito que sejam as suas “capacidades” que no fundo me permitem criar uma história interessante.

“como a minha escrita se baseia em histórias, personagens ou no tratar de um tema em específico, este trabalho inicial permite-me desenvolver muito estes três pontos”

Tem algum ritual para escrever?

Não é um ritual para escrever, antes um ritual de escrita: Tento preparar sempre, antes de começar a escrever, o enredo, as personagens, os locais onde este se vai desenrolar, etc. de forma a conseguir que todos os pormenores encaixem no “produto” final. É claro que ao longo da escrita surgem coisas novas e muitas outras são alteradas, mas como a minha escrita se baseia em histórias, personagens ou no tratar de um tema em específico, este trabalho inicial permite-me desenvolver muito estes três pontos.

Qual a melhor parte de escrever e de ver este seu livro publicado?

Sem dúvida que o simples facto de ter um livro publicado e de o poder partilhar com os amigos é muito divertido. Para além disso ter feedback dos leitores é muito bom: Ou porque este é positivo por si, ou porque é negativo e nos abre as portas para evoluir.

“ter feedback dos leitores é muito bom: Ou porque este é positivo por si, ou porque é negativo e nos abre as portas para evoluir”

O que tem feito para promover os seus livros?

Principalmente tenho recorrido a ferramentas on-line: Tenho conta no Facebook (http://www.facebook.com/jorgedantaslivros), construí um blogue (http://jorgedantaslivros.blogspot.com), e disponibilizei os meus contos individualmente e de forma gratuita na minha página da Bubok Portugal (https://www.bubok.pt/autores/jorgedantas). Em termos de promoção “física” dos livros, estou a reunir os meus contos em colecções para que estes se tornem economicamente viáveis (podem espreitar a primeira delas aqui: https://www.bubok.pt/livros/4470/dezafinar-historias-sem-principio, onde estão incluídos 9 contos publicados individualmente). A ideia é um dia fazer o mesmo para a colecção de aventuras de Hipólito Madeira e Xavier Porto Santo e, quando este processo estiver terminado, ponderar uma promoção mais habitual como por exemplo fazer uma apresentação e lançamento públicos.

“em termos de promoção “física” dos livros, estou a reunir os meus contos em colecções para que estes se tornem economicamente viáveis”

Que conselhos daria a outros autores na promoção dos seus livros?

Começando por reforçar os concelhos que os nossos autores consagrados repetem quando lhe é feita esta pergunta: Ler muito e o mais diversificado possível; escrever o mais que forem capazes; eu acrescentaria também que em qualquer dos mundos das artes, e sobretudo quando estamos a falar de auto-publicação, a perseverança e o facto de os autores serem pró-activos e de irem atrás dos seus objectivos é muito importante. Ninguém nos vai dar nada.

Quer deixar alguma mensagem sobre o livro “o crime do dia que nasceu roxo”?

Acima de tudo que se divirtam ao lê-lo, pois foi para isso que ele foi escrito. Não vão lá encontrar grandes verdades, nem grandes ideias filosóficas, mas se lhe conseguirem dar o benefício da dúvida pode ser que pelo menos usufruam de uma leitura agradável. O download da versão digital é gratuito e podem-no encontrar aqui: https://www.bubok.pt/livros/3814/o-crime-do-dia-que-nasceu-roxo

Como é que conheceu a Bubok? Porque é que decidiu publicar connosco?

Conheci a Bubok Portugal numa reportagem da RTP2 sobre auto-publicação. Decidi publicar aqui pois de entre os vários serviços deste género disponíveis na internet, este foi aquele que me pareceu mais simples, o que mais liberdade me dava enquanto autor, e o que permitia publicar os meus livros de uma forma mais económica.

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A Equipa da Bubok Portugal

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