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Entrevista: Rita Canas Mendes – conselhos para publicar com qualidade

Fotografia: Fábio Rodrigues

Todo o aspirante a escritor, em algum momento do seu percurso, enfrentou um temor quase tão esmagador com o da página em branco: o do oceano imenso de escolhas que é o mundo editorial. Publicar um livro pode parecer, nessa altura, quase tão complicado como fazer uma missiva chegar a bom porto numa precária garrafa de vidro. Não tem porque ser assim – e Rita Canas Mendes, que protagoniza esta entrevista, dedica a sua obra Como publicar o seu livro (Bertand, 2016) e grande parte da sua vida profissional a tornar menos árduo o caminho que vai da mente do escritor até às estantes das livrarias. Um verdadeiro e completo guia de navegação para autores.

 

Entrevista: Rita Canas Mendes – conselhos para publicar com qualidade

 

Formada em Filosofia e com uma pós-graduação em Edição, Livros e Novos Suportes Digitais, Rita conta uma longa experiência na edição, consolidada em chancelas como a Antígona ou a Actual Editora. Desde 2011, lidera igualmente a Com Texto, Serviços Editoriais, que faz a ponte com autores e empresas, adicionando a este percurso a fundação dos serviços de tipografia Miss Print em 2015. Este perfil, tão solidamente posicionado em todas as frentes da indústria editorial portuguesa, resultou não apenas no guia prático já mencionado, como em vários workshops temáticos lecionados em livrarias – o último dos quais, a 24 de Janeiro na livraria Betrand do Porto, serviu de mote para uma breve entrevista.

Entre os clássicos objetivos de vida de muitas pessoas encontra-se o da publicação de um livro. Que requisitos deve seguir um manuscrito para que se possa considerar este projeto viável? São as mesmas em ficção e não ficção?

 

Um manuscrito pode assumir muitas formas e servir objetivos tão diversos que não há propriamente um conjunto de requisitos universal. Seja o projeto de ficção ou não-ficção, a qualidade é a única coisa que não deve faltar. O original deve estar acabado, cuidadosamente revisto em termos de português, e o autor deve ter uma noção clara do que pretende fazer com a obra e informar-se o melhor possível sobre as opções que tem ao dispor. Em teoria, todos os projetos são viáveis. Não é difícil publicar, o importante é fazê-lo bem.

 

Nos últimos anos tem-se assistido a um incremento no sector da publicação de autor, como é o caso da Bubok. Que vantagens encontra neste regime editorial?

A autopublicação veio democratizar a edição e, em muitos casos, é mesmo a melhor resposta. Este tipo de edição tem diversas vantagens, como a produção do livro ser um processo relativamente fácil e rápido, o autor não estar sujeito à aprovação de outrem e haver muito mais controlo criativo. No entanto, esta via para a publicação também tem desvantagens, como um maior risco de se estar a publicar um livro sem qualidade, a menor visibilidade que o livro terá junto do público, as despesas pertencerem todas ao autor e este ter de investir tempo a familiarizar-se com o mercado e o processo de publicação. Cada autor terá de pesar os prós e os contras para o seu caso específico.

 

Que conselhos daria para um lançamento de um livro com sucesso? Pode um autor estreante obter visibilidade com estas acções pontuais?

 

Um autor estreante pode e deve tentar obter visibilidade de todas as formas que conseguir, e um lançamento é uma excelente oportunidade para isso mesmo. Há várias medidas que se podem tomar, como descrevo no meu livro, e algumas delas passam por escolher um local e uma data convenientes, pensar em algo diferente, que atraia pessoas ao evento, para que não seja simplesmente mais um lançamento entre tantos outros (um sorteio, a presença de alguém especial, uma palestra sobre o tema do livro), fazer um convite eletrónico com bom aspeto, em que constem todos os dados importantes, e divulgar muito bem o evento nas redes sociais.

 

Quais são, no seu entender, os erros mais comuns dos autores sem experiência editorial? Como se podem evitar?

 

Alguns dos principais erros são não estudar o mercado antes de avançar, não rever o manuscrito antes de imprimir e ter expectativas irrealistas quanto a vendas e a outros aspetos. Estes erros básicos evitam-se dedicando um pouco de tempo a conhecer o funcionamento do mundo editorial, pedindo conselhos a quem sabe mais ou já passou por uma experiência semelhante e evitando precipitações em geral. Se investir algum tempo a conhecer o panorama de antemão, o autor estreante evitará muitas dores de cabeça mais tarde.

 

Que características distinguem um livro (físico ou digital) com um trabalho editorial de qualidade?

 

Todos os livros devem ter qualidade no conteúdo e na forma. Em que consiste essa qualidade irá depender bastante do tipo de livro em causa. No entanto, uma escrita sem erros, uma boa paginação, um design de capa equilibrado e adequado e bons acabamentos técnicos são sempre fatores indispensáveis, quer estejamos a falar de um livro de ficção ou não-ficção, de um livro físico ou digital. Todos os pormenores fazem diferença e os autores devem esforçar-se sempre por colocar no mercado obras na sua melhor versão possível. Em Portugal, publicam-se milhares de títulos por ano, não vale a pena publicar livros fracos, nem há desculpa para o fazer.

 

Na Bubok preocupamo-nos, tal como Rita Canas Mendes refere, com a excelência do resultado final, visível até ao pormenor. O nosso catálogo de serviços e os nossos packs editoriais têm como objetivo apoiar o processo, pondo ao seu serviço os meios técnicos e científicos. Aliamos a flexibilidade das plataformas online ao tratamento personalizado que a criatividade de cada autor merece. Convidamo-lo, por isso, a consultar o guia da autora a par da navegação do nosso site. A publicação com a melhor relação qualidade-preço do mercado está à distância de um clique!

 

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