Crónica dum outro Eu


Desde que o homo erectus evoluiu para o homo sapiens, grau em que, como sabemos, o ser humano se encontra presentemente, o nosso cérebro, dentro da sua unidade, é composto de três sectores distintos ou seja de três cérebros diferenciados: o complexo reptiliano, que começou a existir desde que surgiu a ordem animal dos répteis, e que lhe deu o nome, e que tinha apenas duas funções básicas, a manutenção do indivíduo e a manutenção da espécie. Eram as únicas funções necessárias e suficientes. Os répteis, até os enormes dinossáurios que dominaram a terra por milhares de anos, não precisavam mais do que estas duas funções. Com o passar do tempo, na fase em que na escala da evolução apareceram os mamíferos, porque as condições ambientais assim o exigiram e também o desenvolvimento assim determinou, juntou-se a este cérebro inicial uma outra formação cerebral a que se chamou o sistema límbico, ou o cérebro mamaliano, ao qual cabiam as funções do domínio das emoções como a dor, a tristeza, o prazer, etc. A evolução continuou e, ao fim de vários milhares de anos, a estes dois cérebros juntou-se uma terceira formação cerebral conhecida por neocortex qual cabia uma dupla função: primeiro a elaboração do pensamento e daí a formação de ideias, da imaginação e ainda da fala, e a segunda a de controlar os três cérebros, para no conjunto agir como se fosse um único. Assim, este cérebro triuno, funcionava como se fosse um único cérebro, sempre sob a batuta do córtex, qual dirigente de uma orquestra onde cada instrumentista toca a sua partitura individual, mas sempre sob a supervisão do orientador. Passa-se assim com um cérebro normal. Porém, as vezes, por diversas razões, o córtex falha na sua missão de controlador dos três cérebros, e a coexistência pacífica desagrega-se. O maestro perde a capacidade de mando e a orquestra começa a desafinar. Cada instrumentista toca a seu belo prazer. Assim, cada cérebro começa a actuar autonomamente, originando um descontrole geral, criando uma situação patológica ou seja uma doença a qual se dá o nome de dissociação cerebral.

                É isto que se passa com o protagonista deste intrigante romance, que, por razões várias, fica a sofrer desta terrível mal que até a presente data não tem cura possível. Mesmo assim os médicos portugueses iniciam uma luta sem quartel para salvar o homem. É uma luta titânica que, se for bem-sucedida, graças a total alteração dos meios tradicionais de curar as doenças no geral, será comparável, em grandeza, gloriosa aventura dos intrépidos marinheiros portugueses que, orientados pelo Infante D. Henriques, em frágeis cascas de noz, enfrentando procelas sem fim, deram ao mundo novos mundos, elevando bem alto o nome de Portugal.

É assim titânica a luta dos cientistas portugueses, que, denodadamente, lutam para subtrair o pobre paciente aquela terrível situação de dissociação cerebral, sabendo, de antemão, quão mínimas são as probabilidades de êxito.

Será que a ciência portuguesa conseguirá dominar este terrível mal, dando ao mundo uma nova, inédita e desassombrada forma de curar as doenças, escrevendo, em letras de ouro, uma nova epopeia, comparável a da descoberta do caminho marítimo para a Índia

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  • Autor: Agostinho Fernandes
  • Estado: Venda em Bubok
  • Nº de páginas: 362
  • Tamanho: 150x210
  • Miolo: Preto e branco
  • Paginação: Colado
  • Acabamento da capa: Brilho
  • Livros vendidos: 4
  • Última atualização: 14/09/2023
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