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Salomé Pohl inspira-se num país que ela conhece bem, no qual nasceu e do qual saiu, e, olhando de fora, cria um outro país ficcional, na qual decorre uma trama que oscila entre sendo onírica e satírica, terminando num tom de esperança.
Fijecas de Baixo não poderia ser um terra de qualquer país do mundo. Pelo carácter das personagens, pela descrição dos actos das mesmas, pelo contexto político e económico envolvente, não há dúvida que se trata de um país sob intervenção externa. Duma entidade rasca. Perdão, R.A.S.C.A. Um país onde não existem apenas fijequenses, note-se. Alguns capítulos decorrem em ambiente insular, onde os habitantes, os funchosos, são governados por um homem que, durante 18 anos, foi possuído por agentes externos. Outros decorrem na capital, onde finalmente políticos dizem as verdades sobre si mesmos, mas também onde se processam mudanças importantes para o futuro dessa hipotética terra chamada Purgalto.
No entanto, a semente da mudança nasce de uma vontade fijequense em desenvolver uma seiva salvadora, que, infelizmente, e por uma falha inesperada, se transforma num transbordo de emoções e outras matérias.
Pela positiva, além da ideia da história, saliente-se a variedade e profundidade de personagens. Seria fácil para Salomé Pohl remeter-se a apresentar personagens que fossem meros cromos, ou, então, unidimensionais. As personagens, desde cedo, prometem. O problema está no cumprimento da promessa. Sejamos francos: 72 páginas sabem a muito pouco. Algumas temáticas parecem ter nascido para ir mais longe, e alguns personagens apenas fazem fugazes aparições, quando teriam ainda muito para dar.
Ainda assim, o livro vai longe, e acaba por efectuar reflexões sérias sobre os problemas de Purgalto. A toada de esperança que vai crescendo com o livro pode, no entanto, tornar-se amarga: é que podemos efectuar confusão entre Purgalto e Portugal, e pensarmos que, em problemas análogos, poder-se-iam aplicar soluções idênticas. Infelizmente, os portugueses são bem diferentes dos purgaltenses, pelo que o livro acaba por nos deixar um sabor agridoce, se nos vier à cabeça a disparatada ideia de fazer comparações.
Se, contudo, tomarmos a história pelo que ela é, e nos abstrairmos de estranhas coincidências, estamos perante uma obra que se lê com gosto, mesmo que pareça ser de mau gosto. Será demais pedir uma continuação?
São capítulos que nos prendem a atenção, do princípio ao fim. Mesmo quando temos a sensação que tudo está condenado ao fracasso, eis que surge a luz ao fundo do túnel. Afinal, "a esperança é a última a morrer!".
Um texto bem escrito, cheio de humor e conhecimento do que se passa no nosso jardim plantado à beira-mar, Portugal.
Depois do resultado final deste primeiro livro da autora, só posso perguntar, impacientemente: para quando o segundo livro?