Calendario 27 / Março / 2013 Cantidad de comentario Sem comentários

Para muitos, escrever, mais do que uma profissão é uma vocação. Procurando na internet encontramos milhares de conselhos para ajudar os que procuram construir essa vocação. Um escritor, tem que saber que lhe cabem as decisões mais importantes, é ele que escolhe o rumo da história e o tom com que a conta. Mas os bons conselhos nunca são demais e quase sempre vêm de outros escritores que já alcançaram o sucesso.

Ora uma coisa os escritores inevitavelmente aprendem é que para ter sucesso é indispensável que um livro se destaque, seja como for. Uma originalidade muito apreciada pelos leitores é que as descrições façam uso de todos os sentidos. Um livro que descreve cada cena com referências, ao paladar, ao tacto, ao cheiro é capaz de nos transportar para as nossas próprias memórias. Mas, para o fazer é preciso usar palavras e expressões cuja associação a um cheiro seja imediata, por exemplo: morango, erva recém cortada, terra molhada, bolo acabado de fazer, etc.

A referência directa aos sentidos, convidando com todas as palavras o leitor a sentir um cheiro, ou um sabor, é desde logo uma forma de diferenciar um livro.

Tudo isto parece muito mais simples do que é. Se quiserem seguir esta estatégia é boa ideia investigarem sobre o funcionamento dos sentidos que vão querer activar e podem aproveitar essa investigação para incluir descrições do funcionamento de cada sentido. Além disso há bons exemplos na história da literatura se autores que utilizaram esta estratégia, aprendam com eles. Um exemplo muito conhecido, e bem conseguido, é “O Perfume” do alemão Patrick Süskind, ou, também sobre o olfacto, o conto muito original de Nicolai Gogol, “O Nariz”

Um outro aspecto importante, que os grandes escritores que recorreram a esta técnica souberam dominar, é atribuir a cada personagem capacidades sensoriais bem determinadas. Tal como o autor pode ter melhor ou pior olfacto, um paladar treinado pelos melhores restaurantes ou queimado pelo sal das batatas fritas, também as suas personagens podem ser míopes, ou ter a pele demasiado áspera do trabalho para poderem sentir a delicadeza de um tecido. Personagens perfeitas e capazes de tudo não são geralmente muito interessantes.

Se experimentarem esta técnica vão ver que é não só uma estratégia de escrita mas uma viagem a um quotidiano e uma memória muito diferente par ao escritor. Vão ver que logo que tentem começar a escrever desta forma terão mais atenção aos sentidos no vosso quotidiano e às associações de cada um com a vossa própria história. Sentir um cheiro intenso que sai da cozinha de um restaurante e procurar na memória quem fazia aquele prato na nossa própria vida e quem poderia fazer aquele prato na memória da personagem do livro que estamos a escrever.

O que acharam desta sugestão? Vão experimentar? Que livro acham que melhor conseguiu levar-vos numa viagem pelos sentidos? Queremos saber a vossa opinião.

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