Já disse Antonio Muñoz Molina: a história só se torna trama e romance quando o escritor encontra a voz (ou vozes) que deve que narrá-la.
Nas últimas entradas falamos sobre os personagens e a estrutura do romance. Hoje dedicaremos algumas linhas ao narrador, explorando as diferentes perspectivas a partir das quais uma história pode ser contada.
Podemos encontrar três tipos de narradores, dependendo de quanto eles sabem e do quanto revelam sobre os acontecimentos da história:
Onisciente
O narrador tem pleno conhecimento dos fatos que ele conta, ou seja, sabe o que pensam, sentem e fazem os personagens em todos os momentos e narra a partir desta perspectiva.
Equiscente
Neste caso, embora o narrador tenha todas as informações sobre o que acontece, prefere revelar os fatos de acordo com o que ele está vivendo, ou personagens de quem ele fala.
Deficiente
Este tipo de narrador oculta fatos sobre a história porque os desconhece ou desconhecia em um determinado momento e quer que o leitor reconstrua o enredo sem essa informação, assim como ele teve que fazer.
Além disso, de acordo com a fiabilidade da relação estabelecida entre o leitor e o narrador (especialmente narrador em primeira pessoa), outros três tipos surgem:
Confidente
O narrador tenta ganhar a confiança do leitor em todos os momentos, sempre tentando passar segurança e credibilidade aos fatos que narra.
Desconfiado
Narram a fim de descobrir o que está acontecendo, porque desconfiam dos fatos. Dentro das categorias anteriores, geralmente são classificados como narradores deficientes. Para o leitor a história pode ser mais difícil de entender.
Inconfidente
Esses narradores declaram sua intenção de enganar desde o início, seja por loucura ou desejo de sigilo.
Esperamos que estas classificações lhe ajudem a encontrar a melhor voz para suas histórias. Lembre-se que você pode encontrar mais dicas de escrita blog e que continuaremos com o bloco na próxima semana com dicas sobre o uso dos diálogos.